quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Alice No Pais Das Maravilhas

Título Original: Alice's Adventures in Wonderland
Editora: Martin Claret
Gênero: Fantasia, Infantil.
Ano de lançamento: 1865
Nº de páginas: 152
ISBN: 9788535917628

Leitura concluída em: 08 de Fevereiro de 2012.
Avaliação: 10 Estrelas (Obra de Arte)

Minha Crônica: E finalmente eu li Alice no País das Maravilhas. Um livro maravilhoso, uma verdadeira Obra de Arte, um livro de absurdos absurdamente absurdos, e que eu levei dois anos para finalmente conseguir ler. Quase a minha vida toda eu ouvi falar de Alice, o livro e suas adaptações, mas até o lançamento do decepcionante filme do Tim Burton eu não fazia ideia de que seu autor fosse Lewis Carroll,  eu acreditava que era uma obra dos irmãos Grimm. Foi exatamente nesta época em que me surgiu pela primeira vez o desejo de absorvê-lo, de assimilá-lo, só que na época só encontrei versões infantis adaptadas, e a maioria era com base na péssima versão Disney de 1951, por isso adiei esta aquisição. Dia 12 de Janeiro deste ano, assisti “Inquietos” de Gus Van Sant, e durante a sessão desse filme ressurgiu este desejo de leitura, não apenas pela protagonista ser a mesma Alice do Tim Burton, eu senti de modo inexplicável que encontraria uma relação entre os protagonistas e os “absurdos” da estória. E assim reiniciei a minha busca pelo livro até encontrá-lo.
Tem uma coisa que me enche de orgulho neste livro, ele foi o primeiro que eu consegui ler inteiro em apenas 01 dia, isso me deixou muito contente. Do mesmo modo que com Drácula as expectativas estavam grandemente altas e as especulações quanto a estória ainda maiores, não sabia o que encontraria nelas, nestes dois grandes clássicos, então minha mente levou-me a todo tipo de conjecturas e elucubrações, e nenhuma delas correspondeu ao que encontrei,ainda bem que não, ambos se superaram e me devastaram em muito mais daquilo que eu fui ou seria capaz de esperar. Mas está crônica é muito precoce, há estou escrevendo com algum atraso, mas ainda sim muito cedo, mesmo que eu relesse o livro todo dia durante um ano inteiro seria muito cedo para falar adequadamente dele. Na verdade mesmo apaixonado pela obra o volume de coisas que não entendi superou em muito as que eu entendi, mas não as da que especulo.
Como eu disse na crônica anterior, Reencontro deu norte para a minha vida e Alice me deixou pensando que até uma vida de absurdos é melhor do que nenhuma vida. Alice está enfiada em seu mundinho quando viu algo “absurdo”, mas tudo lhe pareceu muito natural, pois este é o natural da vida, que ao longo do seu curso estejamos em contato com Absurdos, Contingências e ausências de significado. Ao entrar pela toca do Coelho Alice entra num estranho país de Maravilhas, mas ora bolas, quase tudo que nos é diferente é estranho, quase tudo o que ela vai conhecendo ao longo de seu caminho ela acha ser um absurdo sem sentido, mas é claro, são raras são as situações em que pensamentos diferentes se entendem. A corrida é maluca e não poderia ser diferente, pois a corrida da vida não faz sentido, ainda mais quando é uma constante fuga de nossa própria lagoa de lágrimas. Uma coisa da qual tenho um pouco de vergonha de admitir é que o Gato de Cheshire (o sorridente) me deu um pouco de medo, mas este gato em muito me lembrou do Catbus do “Tonari no Totoro” (um dos meus filmes favoritos) do Hayao Miyazaki, mas os dois provocaram estranhas sensações dentro de mim. Não sei o que comentar quanto a Duquesa e seu “bebê porco“, nem do campo de croque da Rainha e ela em si, mas adorei o Rei (muito diferente de tudo quanto foi difundido sobre sua imagem), não estou bem certo quanto a Tartaruga Falsa e o Chapeleiro com a Lebre de Março e o esquilo, nem o pobre Bill. A Lagarta é formidável e ela junto do Grifo parece ser os únicos personagens sensatos em toda esta magnífica obra de Arte.
Fisicamente o livro não chega a ser ruim, com páginas brancas em simples papel off-set. Sua fonte é de tamanho médio e o espaçamento é simples, a diagramação ocupa o máximo possível da página para economizar papel. Mas positivamente o livro vem com as ilustrações ótimas da obra original. Esta minha edição foi da Martin Claret, ouço falarem muito mal dela, e honestamente eu entendo as acusações feitas, acontece que tanto este livro quanto Drácula eu li por esta editora, e ambos mudaram a minha vida.
Uma vez eu disse a uma amiga: Penso que se eu tivesse lido este livro em minha infância duvido muito que o tivesse entendido, no máximo teria conhecido a estória original. Será necessário reler este livro 1000 vezes, e não duvido ter uma compreensão diferente desta primeira em cada uma delas. Por hora eu afirmo: Esta é a minha estória de fantasia preferida. Este livro é o mais sem sentido que já li, mas também é o mais honesto, pois é justamente disto que se trata a vida: Uma aglomeração de acontecimentos que para nós não passam de contingências. Alice no País das Maravilhas é um livro fundamental para todo e qualquer coração sensível que estiver tentando encontrar na vida sentido para o mundo, si mesmo e para viver.

Aos Skoobers Interessados: Livro no Skoob e na minha Estante.

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