quinta-feira, 13 de março de 2014

Opiniões Negativas Sobre Livros

Ter opiniões negativas sobre livros no meio virtual é uma das formas mais fáceis de ser odiado e/ou insultado. Recentemente eu estava num debate no facebook sobre a influência positiva e negativa de certos livros para a Literatura, mas nem tudo é um mar de rosas. Apenas pelo fato de a questionadora ter chamado de “modinha” dois xodós de muitos jovens leitores, no caso Harry Potter e Crepúsculo. Nisso ao invés de responder a questão que foi proposta, a maioria das pessoas dedicou um bom tempo em ou insultar a questionadora, ou tentar levantar defesas pseudo-intelectualizadas dessas duas obras. Mas o mais ridículo ocorreu depois, visto que apenas alguns poucos buscaram responder o que efetivamente foi perguntado, a questionadora refez a pergunta. A mesma só que dessa vez a única diferença era que ela não usou a expressão “modinha” que obviamente ofendeu uma legião de xiitas. E nesse caso ela foi acusada de não ter sido incoerente e ter feito duas perguntas diferentes.
Esse pequeno evento me deixou com uma pulga atrás da orelha. Era como ter alguma opinião contrária a uma preferência coletiva ser um crime execrável ou um pecado mortal. Então eis que alguns dias depois a Tati Feltrin lança em seu canal justamente um vídeo com este tema: Opiniões Negativas Sobre Livros.
Depois de assistir este vídeo eu me peguei pensando numa idiotice que escutei na semana passada, a frase dizia “Eu não gosto de critica, pois o critico coloca muita o opinião dele”. Pessoas assim deveriam aprender o que algumas palavras significam antes de sair internet a fora as vomitando. No mesmo dia eu assisti ao vídeo da Janine Stecanella onde ela estava tímida em expor sua avaliação da adaptação de Cidade dos Ossos, pelo simples motivo de ter preferido o filme ao livro. A moça o tempo todo ia rápido dizendo, e repetindo, que aquele era sua opinião, quase como se ela não tivesse liberdade para pensar algo diferente do resto dos fãs.
Nas redes sociais é tratado quase como um absurdo que alguém prefira uma adaptação ao livro original. Pelas redes sociais umas das coisas mais fáceis de encontras são pseudo-intelectuais que desejam ser normalistas até mesmo da opinião alheia. Mas a minha liberdade de pensamente eu não troco por nada, muito menos para tentar agradar outra pessoa. Bom aqui embaixo está às três perguntas propostas pela Tati Feltrin no seu vídeo, seguidas das minhas respostas de cada uma.

Questões propostas

Opiniões negativas de outros sobre um determinado livro já te fizeram desistir de comprá-lo e/ou lê-lo?
Minha resposta: Na verdade não, o efeito provocado em mim foi exatamente o oposto. Ler opiniões negativas sobre determinados livros acaba é atiçando a minha curiosidade sobre este livro. Um exemplo que aconteceu comigo foi o livro 100 Escovadas Antes de Ir Para a Cama, da italiana Melissa Panarello, que de tanto que eu li falarem mal decidi lê-lo. No fim das contas quase todas as críticas negativas eram infundadas, e particularmente movidas por puro preconceito e falso moralismo. Apesar de o livro não ser grandes coisas, as resenha sobre ele eram muito piores.
Mesmo quando você discorda da opinião negativa de alguém, você costuma levar essas opiniões em consideração e repensar determinados aspectos de um livro do qual gosta? Ou, simplesmente descarta a opinião negativa de terceiros?
Minha resposta: Sim eu considero estas opiniões. Eu escrevo sobre a minha experiência com os livros e os filmes que leio e assisto, portanto ter contato com opiniões divergentes são enriquecedoras. Mas infelizmente eu acabo tendo que descartar a maioria das opiniões. Muitas vezes eu vejo opiniões com belas palavras que infelizmente estão numa fala vazia, e sem qualquer senso de um olhar crítico. Mas há também aqueles que tecem mil e um argumentos muito elaborados para tentar simplesmente ocultar o fato de que ele que não gostou de determinada obra. Mas nenhum desses realmente me incomoda, o pior grupo é o dos preconceituosos que não aceitam uma opinião diferente e encaram uma crítica negativa a algo que gostam, ou uma positiva sobre algo que odeiam como uma ofensa pessoal.
Se você tem um blog ou um canal no Youtube, qual é a sua política pessoal sobre livros que leu e dos quais não gostou? Você deixa de falar sobre esses livros? Ou, fala, mas mede as palavras ao criticá-los negativamente?
Minha resposta: Eu prefiro a honestidade acima de tudo, ainda que isso possa me atrair “inimigos”. Eu não seu uma pessoa de medir muito as palavras. Porém há um fato importante sobre mim nestas horas: Eu sou muito preguiçoso, ainda mais quanto ao que não gosto. Tenho preguiça de escrever sobre o que não gosto, prova disso é o quanto que em mais de dois anos de blog ele ainda está tão incompleto e cheio de atrasos.
Termino citando Renato Russo: Quem pensa por si mesmo é livre, e ser livre é coisa muito séria.

2 comentários:

  1. Oi Bruno, tudo bem?
    Eu adorei o vídeo da Tati. Há algum tempo que pensava sobre o assunto e quando postei o vídeo sobre Extraordinário percebi que coisas assim acontecem e precisamos lidar. No meu caso, fiquei sim com muitos pés atrás por ter gostado mais do filme que do livro de Cidade dos Ossos. A gente nunca sabe que reação as pessoas terão na internet e é sempre chato ser ofendido ou desmerecido por uma opinião. Acho bacana quando as conclusões divergem, desde que um lado escute o outro. E sempre deve valer a opinião real sobre o livro ou filme. Ou qualquer outro tema.

    Beijos!

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    1. Oi Janine, tudo ótimo, ainda mais por ter um comentário aqui no blog. Sabe este tipo de coisas sobre ser desmerecido por opiniões divergentes já me aconteceram nos tempos de colégio, mas muito mais hoje pelas mídias sociais. No começo eu me importava, mas eu sempre me lembro de como é bom aceitar que todos somos diferentes. E sempre que expomos a nossa opinião de forma publica devemos estar preparados para trolls e coisas do gênero. Mas maturidade para encarar esse tipo de gente não nos faz mal algum. Beijos para ti também.

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