Sinopse
A vida de Jiro Horikoshi, designer dos
aviões usados pelo Japão na II Guerra Mundial.
Assistido
em: 10 de Março de 2014.
Avaliação:
09 Estrelas (Maravilhoso)
Minha
Crônica
Finalmente eu assisti ao último dos três
filmes do ano passado que eu mais aguardava, mas infelizmente por questões do
mercado dois tiveram de esperar até este ano. Círculo de Fogo do Guillermo del
Toro foi o único que consegui assistir ano passado, Ninfomaníaca do Lars VonTrier e Vidas ao Vento do Hayao Miyazaki tiveram de aguardar, só que pelo menos
todos eles eu consegui assistir na tela grande de bons cinemas.
Dos estúdios Ghibli não, mas do mestre
Miyazaki este foi o primeiro filme de não fantasia que eu assisti, foi para mim
uma grande novidade. Um rápido adendo, essa novidade me lembrou que eu tenho
sido displicente com a obra dos estúdios Ghibli. Eu baixei todas via torrent,
mas assisti quando muito, metade de seus filmes, eu devo corrigir isso.
Eu demorei até descobrir do que se
tratava o filme, quando soube que seria lançado eu só pensei “É um novo Miyazaki,
eu quero e vou assistir”. Quando saiu o primeiro trailer eu fiquei um pouco
confuso, ele estava em japonês, não tinha legendas, mas o título do filme
estava em inglês. Outra coisa em que o trailer me deixou confuso, e depois
vendo o filme fez muito sentido, é que Miyazaki gosta de repetir a cara de
alguns personagens diferentes em filmes diversos. Um exemplo, caso não tenham
reparado Howl, Haku e Ashitaka têm rostos muito parecidos. Da mesma forma Tatsuo
Kusakabe de Meu Vizinho Totoro é muito parecido com o Jiro Horikoshi deste
filme, tanto que na primeira vez que assisti ao trailer fiquei imaginando se
não haveria ligação com o mundo de Totoro. Quando por fim descobri sobre a
temática do filme, o que só aconteceu um mês atrás, eu fiquei preocupado por
ele se inspirar numa história real, uma vez que eu não sou grande conhecedor da
História japonesa.
Conhecemos Jiro ainda criança, nos seus
sonhos, os inocentes sonhos de uma criança, eles mostra muito bem como medo por
algo em que somos falhos pode nos tornar inseguros. Mas nestes mesmos sonhos
que ele encontra o seu caminho de vida. Jiro tem uma dedicação muito forte em
seu caminho, dedicação essa que alguns chamam de cega, mas então eis que faço
uma pergunta: Um sonhador, um visionário deve abandonar o seu sonho pela possibilidade
do uso que poderão fazer de sua criação? Jiro segue firme em seu caminho, mas ele
não se esquece da vida para entrar num mundo de sonhos, ele busca viver estes
sonhos enquanto está vivo. Jiro quer cumprir seu trabalho, que viver com a
mulher que ama, e quer conhecer e criar novas peças para voar. Jiro não se
importa com guerras ou conflitos geopolíticos e não consigo achar que ele é errado
em ser assim. Jiro é guiado por seus sonhos, e não há vida mais bonita do que
aquela onde os sonhos tornam-se reais.
A canção de encerramento deste filme é
um capítulo aparte, sem dúvida é uma das melhores de um fim Ghibli. Agora me é
muito difícil saber qual eleger a minha favorita, mas ela é uma das mais
fortes. Toda a trilha sonora merece ser aplaudida de pé, ela toda está muito
bem harmonizada com as cenas, os diálogos, as paisagens, os encontros, a vida e
os sonhos.
Como eu disse essa foi o primeiro filme
de não ficção do mestre Miyazaki que eu assisti, mas esse pequeno detalhe não
desmereceu o filme em nada, pois no fim, na verdade desde o começo, Miyazaki
mostra com maestria que a fantasia não depende apenas dos elementos fantásticos.
Miyazaki mostra que a fantasia começa aqui, nos desejos e sonhos que nascem nos
nossos corações e habitam as nossas mentes. Miyazaki mostra com perfeição que
não há estória mais fantástica e extraordinária do que a de nossa vida, e o
quanto ela é valiosa.
Aos cinéfilos interessados: Filmow, IMDB, Trilha Sonora.
Aos cinéfilos interessados: Filmow, IMDB, Trilha Sonora.
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